Construção
do ranário:
- Rede hidráulica: a
distribuição de água deve ser individual para cada tanque. Os tubos deverão ser
de PVC (não usar tubos de ferro galvanizado, cobre ou chumbo, que podem liberar
elementos tóxicos aos girinos). Evitar excesso de curvas na rede hidráulica a
fim de diminuir as perdas de carga e as chances de ocorrer entupimento. O
diâmetro dos tubos de entrada de água nos tanques deverá ser de 3/4 a 1
polegada e dos tubos de saída de 3 a 4 polegadas.
- Alvenaria: as
partes de alvenaria, principalmente o piso dos tanques de engorda devem ser bem
acabados. Rugosidades, cantos vivos e bordos cortantes devem ser evitados, pois
podem causar ferimentos nos animais, assim com deve-se evitar também piso
excessivamente áspero, o pode provocar ferimentos nos animais.
- O fundo dos tanques
e piscinas deve ter uma inclinação de 1% a 2% em direção a saída de água para
facilitar o escoamento de água e a limpeza dos mesmos.
Subdivisão
do ranário
O ranário é composto
por diferentes setores com estruturas físicas específicas descritas a seguir:
- Setor de
Reprodução: formado por duas áreas, uma destinada a alimentação dos animais,
constituída por uma piscina retangular com uma ilha no centro e, ao redor da
piscina, na área seca, são distribuídos os abrigos. A outra área é formada por
um conjunto de pequenos tanques (1,00 X 1,00 X 0,20 m), denominados tanques de
postura ou desova. Os tanques de postura podem estar distribuídos ao redor da
piscina ou apenas de um lado, mas a distância entre eles deve ser de 2 a 3
metros.
Tanto a piscina como
os tanques de postura devem ser de alvenaria. Não existe nenhuma barreira
física entre as duas áreas, sendo que os animais podem transitar livremente
entre elas. Na época da reprodução os machos deslocam-se naturalmente para os
tanques de postura, começam a coaxar atraindo as fêmeas; ocorre então o
acasalamento e a desova. Este setor, assim como os demais, é coberto de tela
(sombrite 50%), para evitar a entrada de predadores e também o excesso de
radiação solar.
- Setor de eclosão ou
Desenvolvimento Embrionário: Formado por um conjunto de tanques de alvenaria,
geralmente com dimensões de 1,00 X 1,00 x 0,20 m , construídos no interior de
uma estufa, cuja função é manter a temperatura estável, evitando variações
bruscas que são prejudiciais nesta fase do desenvolvimento. As desovas
recolhidas nos tanques de postura (Reprodução) são transferidas para os tanques
de eclosão, nos quais ocorrerá todo o desenvolvimento embrionário, isto é, do
ovo até a fase de girino.
- Setor de girinagem:
Este setor é composto por um conjunto de tanques de crescimento e metamorfose e
de tanques de estocagem.
- Tanques de
crescimento e metamorfose: são tanques de alvenaria com profundidade que pode
variar de 0,30 a 0,50 m, geralmente de formato retangular e dimensões variáveis
(p. ex. 2,00 X 4,OO ou 2,50 X 10,00 m), dotados de uma canaleta lateral onde
são coletados os imagos. Nesses tanques, como o próprio nome indica, ocorre o
crescimento dos girinos e todo o processo de metamorfose.
- Tanques de
Estocagem: São tanques de pequenas dimensões (geralmente caixas d'água de
fibrocimento de 750 ou 1000 litros) onde, através de manejos específicos,
consegue-se retardar o desenvolvimento dos girinos e desta forma regular o
fluxo de produção do ranário.
Uma opção para
baratear o investimento inicial na construção do ranário é a utilização de
tanques-rede. Neste caso pode-se aproveitar açudes ou tanques naturais
existentes na propriedade e neles instalar os tanques-rede, que são estruturas
semelhantes a um cesto, confeccionados com tela de nylon - tipo mosquiteiro,
com estruturas de ferro, PVC ou bambu.
Quando se utilizam
esses tanques é preciso ficar atento à limpeza das telas, pois com o passar do
tempo forma-se uma camada de algas filamentosas (limo) que poderá obstruir as
malhas da tela, dificultando a renovação da água, tornando o ambiente impróprio
ao desenvolvimento dos girinos.
- Setor de Pré-
Engorda (Seleção Fenotípica): São tanques que apresentam uma piscina, abrigos e
cochos, para os quais são transferidas as recém-matamorfoseadas e onde, através
de um manejo específico, se faz uma seleção dos animais que passarão para os
tanques de engorda.
- Setor de Engorda: O
setor de engorda é composto por tanques que podem ser de diferentes tipos,
entretanto todos possuem es seguintes estruturas em comum:
- Piscina: destinada
ao atendimento das necessidades fisiológicas diárias das rãs, como regulação
térmica, hidratação do corpo e evacuação.
- Abrigo: estrutura
que pode ser de madeira, concreto ou fibrocimento, que funciona como refúgio
para os animais, proporcionando-lhes maior segurança e tranqüilidade e
conseqüentemente, diminuir o atraso causado pela entrada dos tratadores por
ocasião do fornecimento do alimento ou limpeza dos tanques.
- Cochos: recipiente
onde é colocado o alimento das rãs.
Os modelos de tanques
de engorda mais comumente usados são os seguintes:
- Tanque-Ilha: é o
modelo mais antigo e surgiu no final da década de 1970, resultante do empirismo
dos ranicultores. Com o passar dos anos passou por certos aperfeiçoamentos. Sob
a ponto de vista estrutural pode-se dizer que o modelo tanque-ilha, está
ultrapassado.
- Confinamento: este
modelo foi desenvolvido na Universidade Federal de Uberlândia, é caracterizado
pelas suas pequenas dimensões (geralmente 10 m²) e por ser construído
totalmente em alvenaria.
- Anfigranja: o que
caracteriza este modelo, desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa, é a
disposição linear de piscina, abrigos e cochos permitindo uma distribuição mais
uniforme dos animais no interior do tanque. Os tanques (de alvenaria), são
construídos no interior de galpões, semelhantes aqueles utilizados nas granjas
de engorda de frangos.
- Gaiola:
desenvolvido em meados da década de 80 pelo Instituto de Pesca de São Paulo,
para ser utilizado em pesquisas de engorda de rãs. Este modelo, com certas
modificações, acabou sendo adotado por alguns criadores, entretanto devido a
dificuldades de manejo, principalmente no que diz respeito à distribuição de
alimento, seu uso, para fins comerciais, ainda não é recomendado.
- Ranário
climatizado, desenvolvido pelo Instituto de Pesca/SP, vem despertando muito
interesse entre os criadores e todos aqueles que pretendem iniciar-se na atividade.
Trata-se de um sistema de produção onde todos os setores (desde a reprodução
até a engorda) são construídos no interior de estufas agrícolas. As instalações
que compõem os diferentes setores apresentam várias melhorias estruturais que
permitem, através de um manejo específico, uma produção praticamente constante
ao longo do ano.
OS
CUIDADOS
Em geral as rãs são
animais bastante resistentes a quando criadas com o emprego das técnicas
recomendadas, dificilmente ficam doentes. Pode-se dizer que o aparecimento de
doenças nos ranários derivam do manejo incorreto dos animais e a introdução de
agentes patogênicos.
Entende-se por manejo
incorreto a má alimentação dos animais, instalações e condições ambientais
inadequadas e manuseio incorreto. Esses fatores agindo em conjunto ou
separadamente causam stress nos animais diminuindo as suas defesas naturais,
tornando-os mais suscetíveis às doenças. A introdução de agentes patogênicos
nos ranários pode se dar através de animais de origem desconhecida ou através
dos próprios funcionários ou visitantes.
A ocorrência de
doenças pode ser evitada tomando-se os seguintes cuidados: - Alimentar os
animais corretamente, tanto sob e aspecto quantitativo como qualitativo;
- Criar os animais em
ambiente adequado, controlando a qualidade da água, verificando se as
instalações estão bem acabadas (ausência de cantos vivos, piso muito áspero,
etc), realizando periodicamente a limpeza a higienização dos tanques, retirando
sobras de ração, uti1izando as densidades recomendadas e observando se a
temperatura ambiente está dentro dos limites recomendados.
- Manusear os animais
com cuidada, fazendo os serviços com calma para não assusta-los, evitar golpes
bruscos ou amontoá-los em numero excessivo em recipientes;
- Para introduzir
novos animais no ranário, deixa-los de quarentena a fim da ver ficar se
realmente estão sadios.
- Utilizar um
pedilúvio na entrada do ranário e conscientizar os funcionários que nele
trabalham, da importância de se adotar todas as medidas possíveis para se
alcançar um bom padrão de higiene.
Assepsia
Com relação à limpeza
das instalações o que usualmente se faz é esgotar as piscinas e com auxilio de
vassouras ou escovas retirar todas as sujeiras e em seguida enxaguar com
bastante água, fazendo-se a mesma com o piso quando se tratar da tanques de
engorda. Para o caso do aparecimento de alguma doença, deve-se realizar uma
desinfecção geral com o emprego de substâncias como cloro, cal, sal grosso
(salmoura) ou ainda utilizar a vassoura de fogo (maçarico).
Os animais doentes
devem ser separados e tratados e mentidos em observação. Os animais mortos
devem ser removidos, incinerados ou enterrados em local apropriado. O
tratamento de doenças, com a utilização de medicamentos, requer a orientação de
um técnico capacitado e nem sempre é eficiente, além de ser muito caro.
Legalização da atividade:
Como a ranicultura é
um ramo da aqüicultura (arte de criar e multiplicar animais e plantas
aquáticas), todo aquele que pretende montar o seu ranário é obrigado a fazer
seu registro de aqüicultor junto ao Instituto Brasileira do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, conforme disposta na Portaria nº 95-N, de
30 de agosto de 1993. Para comercializar a sua produção o ranicultor também
terá que obter e inscrição de produtor rural junto ao órgão competente
exelente informações.Onde consigo um plano de viabiliadade comercial?1000 kg mes.Obrigado
ResponderExcluirBom dia meu amigo onde eu consigo as matrizes sou de conselheiro Lafaiete MG
ResponderExcluirBom dia meu amigo onde eu consigo as matrizes sou de conselheiro Lafaiete MG
ResponderExcluirBoa noite meus filhos querem fazer como conseguiu as rá pra procriar .
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